sábado, abril 29, 2006

Êxtase


Êxtase

Na penumbra
Chamas meu nome
Palavras que saiam
Dos teus lábios
Vermelho
Atraindo-me qual mariposa
Para as trevas
Sinto o gelo dos teus beijos
Mortais
Tuas mãos sobre meu corpo
Como punhais
Rasgando minha roupa
Em fragmentos do passado
Pele sobre pele
De alabastro
Encosto-me a ti
E desvaneço
Em pesadelos belos
O ar enche-se da tua fragrância
Fazendo-me entrar em êxtase
Realidade ou fantasia
Não sei?
Saberei quem és tu?
Mistério
De uma atracção fatal
És veneno que corre em minhas veias
Quero mais
Mais de ti e
Me dou a ti.

By Lord Poseidon

Desígnios


Desígnios

Tais desígnios
Não são para ninguém
Compreender
Apenas nós
Entendemos
Enlaçados no amor,

Quais pontes
Entre dois obres
Erguidas sobre
Águas
Abissais
Entre duas almas,

Para além
Do destino
Mas que destino?
Se pode escrever
Sobre dois
Amantes espirituais,

Somos ambos
Partes da mesma
Existência
Neste mundo
Que já não acredita
Em nada.

By Lord Poseidon

P.S. Para ti My Lady

sexta-feira, abril 28, 2006

Sem Nome


Sem Nome

Sem nome
Num campo onde rosas
Entrelaçam-se
Sobre o vento
Sibilante
Está meu coração,

Nas entranhas da terra
Jaz ele
Morto de tristeza
E solidão
Partido em pedaços
E estilhaços,

Por ter se lançado
De um penhasco
De olhos fechados
Agora debaixo da sua pedra sepulcral
Descansa
Até ao fim dos tempos,

Resta-me apenas
Viver sem ele
Chora-lo por se ter ido
Sem saber
Que tinha razões
Para viver.

By Lord Poseidon

quinta-feira, abril 27, 2006

Corte


Corte

Corte
Sangue
Pequenos rubis
Brotando a cada
Pulsação do meu coração
Sobre o tempo,

Lentamente
Deixando o meu corpo
Inerte
Silenciosamente
Olhando o céu
Sem vida,

Visão baça
Procurando algo
Indistinto
Sem saber o porque
Nem o quê
Para tal situação,

Lápide sem nada
Vela que se apaga
Flagelação
Para sentir que estou vivo
Nas horas em que penso não existir.

By Lord Poseidon

quarta-feira, abril 26, 2006

Letras


Letras

Não sei o que escrever,
Nem dizer
Sobre tais palavras
Que fizeram eco
No meu profundo oceano
Minha Dama de Fogo,

Letras
Rescritas em outras eras
Onde já fomos um
Indivisíveis
Hoje separados pelo meu reino
Do qual tu sempre farás parte,

De mim e eu de ti
Nem razão nem lógica
Podem descrever
O que tuas penas áureas
Desenham em meu coração
Com a chama da vida,

Pôr em palavras o que sinto
É impossível
Minha querida Fénix
Enlaces intemporais
De uma mestra
Para com o seu aluno.

By Lord Poseidon

P.S. Para minha Lady em resposta ao seu poema, pois a poesia é a escrita dos sentimentos.

segunda-feira, abril 24, 2006

Jornada


Jornada

Parto para uma viagem
Sem fim ou princípio
Onde eu já não sou quem fui
Ou que virei a ser
Enlace de tempos
Futuro e passado

Abro caminho
Pela solidão
Qual amarra
Que me prende ao passado
Rasgando o tecido
Da alma,

O que fui jamais
Serei
Questão que não pode ser adiada
Nem pensada
Avanço para o outro lado
Da minha existência

Entrelaçando
Fios intemporais
Sem fim e princípio
Jornada interminável
De anjo caído
Entre o celestial e o infernal

By Lord Poseidon

03:30


03:30

São três e meia da manhã
Acordo na noite
Dos braços de Morpheu
Inquietação
Sem sono
Com sonhos ainda vagando na mente,

Quais fragmentos
Flutuando de poemas
Queimo um cigarro
Fazendo espirais
De fumo
Fantasmagórico,

A lucidez
Volta, opaca
Tornando tudo irreal
Em cascatas de nevoeiro
Inspirando
O momento em lufadas de ar,

Pensamentos
Discordantes e concordantes
Vindo do mundo dos sonhos
Em claves
Para outras realidades
Do meu ser.

By Lord Poseidon

sexta-feira, abril 21, 2006

Errar


Errar

Tudo o que sou está errado
Riscado
A tinta vermelha
Um erro constante
De uma vida errante
E cortante,

Escorrendo sangue
Num cálice
Em gotas
Drenando de mim
O que resta da minha vida
Em cada momento,

Erros sobre erros
Sem nunca acertar
No que esta errado
Será errado estar vivo
E correcto ser morto
Pelos meus erros,

Errar é humano
Vivendo com os erros
Do meu passado
Fazendo deles o meu futuro
Em que os dias
Não tem esperança.

By Lord Poseidon

segunda-feira, abril 17, 2006

Albatroz


Albatroz

Qual Albatroz
Voo sem destino
Por mares de gelo
Procurando viva alma
Num mundo de glaciares
Intermináveis,

Mergulho no reino
De Lord Poseidon
Buscando
O meu amparo
Por entre ondas
Colossais,

Milhas e milhas
Sem terra
A vista
Onde Notus
Senhor do sul
Me levará,

Mas para quê
Procurar nial?
Sou espírito livre
Errante
E inconstante
Sobre o imenso oceano,

Viajante
Eremita
E vou a onde ninguém
Ou alguém
Poderá chegar
Ou me encontrar.

By Lord Poseidon

sábado, abril 15, 2006

Um Grito


Um Grito

Um grito
Num mundo
Em silêncio
Fazendo eco
Nos quatro cantos
Da minha mente, demente,

Trespassado
Tudo e todos
Em ondas
Enfurecidas
Num lago
De águas turvas,

Libertando
Uma harmonia
Dissonante
Em cada acorde
Vindo de mim
Fazendo vibrar a minha insanidade,

Qual harpa
Em que as notas
Estão desafinadas
Com o mundo em que vivemos
E morremos
Sem nunca alcançar a perfeição

By Lord Poseidon

sexta-feira, abril 14, 2006

Flores


Flores

Uma flor-de-lis
Sobre o meu coração
Uma rosa em meus pensamentos
Num jarro alvo
Cujas raízes
Estão entrelaçadas em mim,

Lírios no passado
Onde a água secou
Terra estéril
Que já foi verdejante
Mas que volta a nascer
Com as primeiras chuvas,

Rosas no presente
Amarelas de amizade
Vermelhas de paixão
Pela vida
Brancas de paz e pelas,
Lembranças que me trazem,

Hoje olho pela janela
Da minha vida
E quando abro os olhos
Vejo campos em flor
De cores e tonalidades
Infinitas,

By Lord Poseidon

quarta-feira, abril 12, 2006

Helheim


Helheim

Na neblina
Do rio da vida
Vejo o teu reino
Que tanto desejo
Inconscientemente
Entrar,

O supro da vida tenho de deixar
Para poder abrir
As portas do teu palácio
De par em par
E andar por entre as colunas
Do destino,

Helheim
Um dos nove reinos
Onde minha aura
Habita desde tempos
Imemoriais
Como teu servo,

Venero-te
Minha Senhora
Com Paixão
Amor
E Ódio
Incondicionalmente,

Vens sobre o manto
Da noite aos meus sonhos
Chamar-me
Com doces palavras
Em intrincadas
Ilusões.

By Lord Poseidon

segunda-feira, abril 10, 2006

Nume


Nume

Estou sem Nume
Num tumulto
Entre pensamentos
Discordantes
E consonantes
De taciturnidade,

Que pior pode haver para uma poeta
Não saber o que escrever
Sem tema
Olhando o fundo da alma
Encontrando o vazio
O nada absorvente,

Qual nevoeiro
Que se dissipa
Com os primeiros raios de sol
Numa aurora
De asterismo
Ela volta,

Refazendo o meu ser
O meu imaginar
De poeta
Enfeitiçador
De inscrições
Encantadas.

By Lord Poseidon

sábado, abril 08, 2006

Triângulo


Triângulo

Histórias de um passado
Amor
Amizade
Amarguras
Lados de um triângulo perfeito,

Em que cada lado
Toma a forma
Um caminho
De eras antigas
Vindas para o presente
Desde o pretérito

Amor escaldante
Sopro dos ventos
Do deserto
Sobre as sombras das pirâmides
À luz do Farol de Alexandria
Encaminhado para um porto,

Amizade
Correndo para o mar
Qual Nilo
Em seus aluviões
Eternamente
Férteis,

Amargura
De três antagónicos
Que nunca souberam
Forma a aparência
Da Perfeição e Harmonia
O círculo,

Trazidos
Para os tempos de agora
Através dos areais misteriosos
Para tentar novamente
O que não foi possível
Em estações de outras vidas.

By Lord Poseidon

P.S. Para os três elementos, Fogo, Água e Ar

quarta-feira, abril 05, 2006

Dois Destinos


Dois Destinos

Abro o teu passado
Como um livro
Envelhecido com o tempo
Em cujas folhas
Encontro iluminuras
Da tua vida,

Cada folha de pergaminho
Que viro
Sinto o calor de África
O cheiro da selva
O amargo da guerra
As saudades da terra natal,

Escrito com a mais
Fina letra
Desenhada em azul-fino
Com pena de cisne
Encontro a sabedoria
Do tempo,

Revelas-te aos poucos
Para mim
Eu para ti
Partilhando
Os nossos tempos
Tão dissemelhantes e équo,

Encontrei em ti
Algo Magnânimo
Sublime
Intemporal
Magistral
A Amizade,

Música tocada a quatro mãos
Que em uníssono
Escrevem uma nova História
No piano da vida
Compondo
Notas de erudição.

By Lord Poseidon

P.S. Dedico este poema a ti, Califa

Silêncio


Silêncio

Silêncio
Murmúrio na quietude
De um tempo entre amantes
Sopro de pétalas
Caindo sobre uma salva
De prata verdejante,

Palavras escritas em omissão
Sobre um livro
Cândido
Envolto em névoa
De ebúrneo
E Arminho,

Campos onde o vento
Corre espontâneo
Afagando
Docemente o sussurro
Das cearas mimosas
Serpenteantes,

Silêncio
Som da tua voz
Quando falas baixinho
Em notas que só
Os Serafins
Podem entoar,

Música
Da Mãe de Todos
Em cada latejo
Do meu coração
Enquanto sinto
A tua fragrância.

By Lord Poseidon

segunda-feira, abril 03, 2006

O Meu Coração


O Meu Coração

O meu coração
Incendiado
Ardente
Incandescente
Incineraste
Como impero de Hades,

Explode implodindo
Rios de magma
Glacial
Torrentes de gelo
Escaldante
Em cascatas cristalinas,

Criando nuvens
De água com fogo
Beijando o meu corpo
Em doces enlaces
De inquietação
E contemplação,

Rancor emaranhado no amor
Libertando vapores
De enxofre
Agonizantes
Numa inspiração
Horrífica.

By Lord Poseidon

domingo, abril 02, 2006

Fusos


Fusos

Com os fusos
Eu entro em parafuso
Dormes entre as nuvens
Eu acordado junto ao mar
A cogitar o que estarás a fantasiar
Ou a enfeitiçar,

O alvorecer é tarde
A tarde é começo
A escuridão é luz
A claridade é mistério
Estamos ao inverso
Diferentes no mesmo mundo,

Mais quatro
Menos quatro
Igual a quatro
Sempre quatro
Mas por vezes três
Subtraímos um
Mas é constante,

Que grande confusão
Estou para aqui a fazer
E a tentar dizer
Espero por ti
Mesmo que houvesse
Mil horas entre nós.

By Lord Poseidon

P.S. Para a minha querida Lady Phoenix