quarta-feira, novembro 29, 2006

Noite


Noite
Catedral de silêncio
Onde um poeta
Rescreve os sentimentos
Da vida passada
Mas agora esquecida
Nova folha em branco
Aberta para os tempos
Vindouros
Silêncio quebrado
Pelo chamamento do mar
Ao longe
Solidão numa imensidão
De ondas vagarosas
Enrolando-se contra
As areias enlameadas
De um passado muito distante
Agonia entorpecedora
Sobre este corpo
Já cansado de lutar
Contra moinhos de vento

By Lord Poseidon

sábado, novembro 25, 2006

Sal


Lágrimas de sal
Transformadas em cinzas
Sentimentos em cascatas
Mergulho no tártaro
Que não é o meu
Ergo montanhas submersas
Para proteger e sublimar
Os teus tormentos
Dou-te a mão
E levo-te para a realidade
Que jamais ousaste enfrentar
A dor desaparece
Ao saber que vais viver
Os teus últimos dias
Num tempo onírico.

By Lord Poseidon

terça-feira, novembro 21, 2006

Correntes


Correntes
Como serpentes
Envolvendo o meu ser
Aprisionado a alma
Desencadeando tempestades
De dor
Névoa soprada
Pelo vento
Fustigando as muralhas
Do passado
Vivido e morto
Grilhões quebram-se
Libertando a ira
Dos sete mares
Renascer
Ou morrer...

By Lord Poseidon

segunda-feira, novembro 20, 2006

Memórias


Memórias
Gemas num fio de tempo
Safiras de alegria
Rubis de tristeza
Esmeraldas de separação
Topázios de ilusão
Diamantes distantes
Memórias encrostadas
Em Madrepérola
Lapidadas pelo ardiloso
Artesão do tempo
Fecho os olhos
Lembrando aquelas que jamais
Voltaram.

By Lord Poseidon

domingo, novembro 19, 2006

Cronos


Cronos
Oh Cronos
Não esqueças
De quem sou
Sangue do teu sangue
Jamais o neguei
Estarei sempre ao teu lado
Recorda o meu semblante
A minha voz
Os meus olhos nos teus
Um retrato em moldura de prata
Através dos tempos
Fotografia a preto e branco
Mas agora a cores vivas e brilhantes
Portal que se abre para o teu passado
Revelando o que és e foste
Enigmas são defeitos
Mostrando o que sempre escondeste
Segredos lidos e relidos
Vezes sem conta
Hoje o presente funde-se com o passado
Estarei ao teu lado até ao fim.

By Lord Poseidon