segunda-feira, setembro 17, 2007

Serei


Serei capaz de amar
Em absoluto
Sem condições
Nem contradições
Em uníssono
Com a força dos oceanos

Submergir
Noutro mar
Descobrir
Azuis
Além do meu
Azul

Destrancar
Todas as portas
Do palácio
Abrir o livro
E escrever
Algo a dois

Serie eu capaz
De dizer amo-te
Olhando as janelas
Da alma
Quebrando em vagas
E magoas…


Fotografia cedida por Miguel Silveira

By Lord Poseidon

quarta-feira, setembro 12, 2007

Lawrence's


Da sacada
Vejo o relógio
Andar para trás
Entro noutra era
Subitamente
O nome Eça na mente

Renasce o velho candeeiro
Pulido luzidio
Velas
Cera de abelha
Queimando
Vagarosamente

As rendas
Amareladas
Brancas pelo tempo
Bordadas
A fio de ouro
Falam comigo

Chá
Aroma de outras paragens
Servido em casca de ovo
Cheiro a canela
Queijadas
E outras iguarias

Onde está a Pad
Não sei?
Carta com perfume, alfazema
Ocupa o seu lugar
Escrita com caligrafia inglesa
Fina e volteada

Quem a terá entregado e escrito?

Dama
Pele alva marfim
Trajando um longo vestido
Negro veludo
E rendas delineando os seios
Luvas de seda nas delicadas mãos

Véu cobrindo-lhe o semblante
Deixando antever
Os lábios vermelhos
Carmim
Segundo o atencioso
Criado

Ela esteve aqui
Penso eu para mim
Incertezas
Duvidas
Hesito em ler a carta
Cruzada com um laço roxo

Segura-a com delicadeza
Guardo-a no casaco Tweed
Saio do Lawrence's
Bastão cabeça de pato
Prata e pau-santo
Pico o cavalo
Correndo ao seu encontro…

By Lord Poseidon