sexta-feira, agosto 31, 2007

Dias


Dias amargos
Sem cor
Alegria e dor
Lágrimas
Geada que cega
Os meus sentidos

Do pôr-do-sol
A aurora
Sem vida
Palavras
Sorrisos desfeitos
Cortantes

Dias cinzentos
Chuvosos
Sem abrigo
Castigo
Punição
Pelos crimes desfeitos

Dia a dia
Entre idas
E vindas
Para lá
E para cá
Ad infinitum

Descamiso
Os minutos
Em horas
Esses incomensuráveis
Torturadores
Das sombras

Mas há-de chegar o dia
Envolto em nevoeiro
O esperado
Em que os erros
Serão julgados
E condenados…

Fotografia cedida por Miguel Silveira

By Lord Poseidon

terça-feira, agosto 28, 2007

Pensamentos


Pensamentos
Vagas levadas
Pelos ventos
Silenciosos
Em segredo
Neste enredo

Estranhos
Para mim
Mesmo de mim
Gerados
Errados
E certos

Pensamentos
De enxurrada
Em queda livre
Afundando num lago
Onde os verdadeiros
Serão mentiras

Engenhosos
Nas intrincadas
Dislexias da história
Efémeros
Eternos
Entre si

Pensamentos
Sem consentimento
E conhecimento
Tormenta
Entrelaçada
Nas linhas do tempo

Crianças
Correndo pelas ruas
De pés descalços
A brincar
Numa tarde soalheira
De Outono

E os meus pensamentos
Para onde vão
Com quem estão
De quem serão
Em que pensam
Eles…


Fotografia cedida por Miguel Silveira

By Lord Poseidon

quarta-feira, agosto 22, 2007

Pôr fim.


Fecho dentro de mim
Os infernos
Onde sangue escorre
Pelas paredes
Golpes sulcados
Neste ser putrefacto

Mente tortuosa
Vitima dos desenganos
Espinhos cravados
Na carne
A ferro e fogo
Pelo ódio de viver

E grito aos quatro ventos
Por quê existir?
Pergunta
Não tenho resposta
Nem para Ela sirvo
De servo

Vou quebrar
Todas as amarras
Libertar-me deste cadáver
De uma vez por todas
E partir
Pôr fim.



Fotografia cedida por Miguel Silveira

By Lord Poseidon

domingo, agosto 12, 2007

Sacrifício


Sacrifico
Partes do ser
Perdas jamais sonhadas
Nem imaginas
Serei uma farsa
Um irreversível

Não há direcções
E caninhos
Estou no breu
Rastejando
Sobre vidros
Pontiagudos

Sangrando
Abrindo feridas
Do passado
Prazer devasso
Investindo em ondas
Delirantes

Não há tréguas
Ou misericórdia
Em mim
Cujo destino
E sofrer
E morrer…

Fotografia cedida por Miguel Silveira

By Lord Poseidon

terça-feira, agosto 07, 2007

Sem Fim


Sem nome
Sem rasto
Sem destino
Deixando
Os momentos
Serem indefinidos

Quero desaparecer
Transfigurar-me em fuligem
Esvoaçando no ar
Caindo asperamente
Sobre a cidade
Que dorme inocente

Procuro afogar-me
Nos vazios
De quem já não tem nada para dar
Procuro o fim
E o principio
Do esquecimento

Encontrei a amargura
Além a tristeza
De quem quer
E não quer o querer
Qualquer nada
É melhor que tudo

Serei eu que não existo
Ou a vida que não existe
Interrogações
Sem conclusões
Precipício
Sem fim…


Fotografia cedida por Miguel Silveira

By Lord Poseidon

segunda-feira, agosto 06, 2007

Redenção


Para lá
Dos oníricos
Da redenção
Estou dividido
Entre ódio e a paixão

Dualidade
Oculto
Do espírito irrequieto
E fugaz
Quanto sagaz

Criança perdida
Desprezível
Miserável
Esquiva
Intrínseca

Para quem os sonhos
São divagações
De meros eremitas
Réstias de esperança
E discórdia

Sem saber
E fazer
Distinções
Entre a verdade e a mentira
Singra entre dois mundos…

Fotografia cedida por Miguel Silveira

By Lord Poseidon