sexta-feira, junho 29, 2007

Amo


Amo quem não devia
Ironia
Dois que destinos
Que jamais se podem
Cruzar
Nem tocar

Sentimentos
Que ardem
No jazigo deste coração
Sem compaixão
És um espinho
Amaldiçoado

A tua dor
Ecoa nos meus abismos
Entoando em cada recanto
Do palácio das sombras
Não tenho pena
Vejo coragem

Quero esquecer
O impossível
Ser insensível
Criar uma muralha
Intransponível
Para mim…

By Lord Poseidon

sábado, junho 09, 2007

Trinta e Três


Trinta e três
Anos de solidão
Sem compaixão

Trinta e três
Anos a sonhar
Como seria nunca ter nascido

Trinta e três
Pérolas
Presas no colar do tempo

Trinta e três
Anos pensar
Sobre Ela

Trinta e três
Razões invertidas
Para viver

Trinta e três
Guerras
Perdida e outras vencidas

Trinta e três
Anos envoltos
Em nevoeiro

Trinta e três
Pulsações
Sem entendimento

Trinta e três
Lapides
E terceira é minha

Trinta e três
Abismos
Sem fim

Trinta e três
Formas para dizer
Que odeio este dia

By Lord Poseidon

segunda-feira, junho 04, 2007

Sombra


Indubitavelmente
Ela persegue-me
Pelas ruas
Praças
E travessas
Seguindo esta alma
Já sem sombra
Nem vida
O tempo pára
Ela avança
Eclipsando
A própria noite
Perco-me
Ela encontra-me
Tento iludi-la
Com miragens
Que se desfazem
Com um só gesto
Das suas mãos de alabastro
E ao seu toque
Deslizo
Para outra realidade
Onde a insanidade
É absoluta
Local em que as emoções
Ardem exasperadamente
Sem sentido algum
Rendido a Ela
Deixo o desfecho
Desta História
Para os outros contarem…

By Lord Poseidon