sexta-feira, dezembro 28, 2007

Desejo


Não sei porque escrevo
Nem porque existo
Desisto
Ao inevitável
Jogo da vida
Miserável

Nada faz sentido
E mesmo que fizesse
Não saberia entender
Dúvida acotovelando-se
Sobre dúvidas
Incompreensíveis aos meros mortais

Desejo amar
E só sei odiar
Desejo partilhar
E não sei dar
Desejo sonhar
E não sei se sei

Vivo no inconstante
Distante
Tento ser que não sou
Preso ao passado
Fico a marcar o passo
Num compasso
Monocórdico

A vida é um veneno
A morte o remédio
Desconfio de mim mesmo
Por instantes
Na incerteza
Que possa acontecer novamente…

Fotografia cedida por Miguel Silveira

By Lord Poseidon