quarta-feira, julho 26, 2006

Obsessão


Quero o teu corpo
Envolto em seda
Quero a tua raiva
Fonte do meu ciúme
Quero o teu ódio
Espumando no meu corpo
Quero-te nua
Sobre mim
Quero a tua dor
De prazer
Quero ver-te sofrer
Como me fizeste sofrer
Quero provar os teus doces seios
Como uma criança faz
Quero possuir a tua alma
Numa prisão onírica
Quero ver-te perdida
No meu labirinto tentando encontrar o caminho
Quero cometer o crime perfeito
De amar e odiar ao mesmo tempo
Quero sentir as tuas unhas em mim
Rasgando a minha paixão
Quero vingar-me de ti com mel
Misturado com fel
Quero o teu paradoxo
Que também é o meu
Quero arrancar-te as asas
Para que jamais possas voar
Quero porque quero
És a minha obsessão

By Lord Poseidon

domingo, julho 23, 2006

Project Gutenberg


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Project Gutenberg

quarta-feira, julho 19, 2006

Ausência


Toca um piano
Ao longe notas nostálgicas
Lembrando-me do que somos
Em cada grave e agudo
Sons das lembranças
Meticulosamente guardadas,

Uma carta aberta
Onde lamentas
A tua ausência
Olho pela janela
Vasculhando a noite
Fria sem ti,

E aquele piano que toca no andar de cima
Faz estremecer
A minha alma
Repetindo os meus pedidos
Num solfejo
Lento e melancólico,

Vejo o relógio
As horas passam
A esperança morre
Inclino-me sobre um livro
Procurando aconchego
Mas encontro letras vazias,

O piano toca
E eu espero por ti
Sobressaltado, penso que és tu
Abrindo a porta
Mas não, são apenas as notas de um piano
Ao longe.

By Lord Poseidon

P.S. Para ler ao som da musica do blog da Alice
Só assim este poema faz sentido.

quarta-feira, julho 12, 2006

Café e Canela


Sentado na tua cadeira
Vejo as sombras do teu passado
Resplandecendo na noite dos tempos
Pirilampos
Que brilham e tornam a brilhar
Em cadência harmoniosa,

Um sorriso
Um silêncio
Uma palavra
Entre tantas que há para dizeres
Mas que ficam sustidas no ar
Pousando levemente no Franky,

De olhos cerrados
Dormitas sobre os teus pensamentos
Insondáveis
Sublinhando um paragrafo
Da tua vida
Vivida,

Passo por tua casa
Larápio
Roubando um café
E canela também
Iguarias de outros tempos
Sobre as quais construímos a nossa amizade.

By Lord Poseidon

sexta-feira, julho 07, 2006

Âmago


Âmago de gratino
Exposto, as intempéries
Intocável pelo tempo
Sem essência
Olhando o mundo
Insensível,

Mármore frio
Esculpido, finos detalhes
Pelas mãos do mestre
Cinzelado delicadamente
Rocha bruta
Metamorfoseada em vida,

Petrificado
Sem martírio
Fico sentado
Esperando o passar das eras
Inatingível
Sem o vestígio mortal do amor,

Amor que cega
Os incautos
Amor
Nevoeiro que nos deixa desgarrados
Sentimento de míseros mortais
É imaturidade sem igual,

Amar de nada serve
Mundanidade sem glória
Insuportável amar
Melhor seria odiar
Mas quem tem basalto no espírito
Jamais passara pela dor de amar.

By Lord Poseidon

sábado, julho 01, 2006

Verbo


Abres as janelas de par em par
Deixando o vento entrar
E levantar a poeira
Que assente docemente
Fazendo esvoaçar
Os papéis da secretária
Estes dançam no ar
Num bailado onírico
Soprando as páginas de um livro
Folheando poemas e prosas
Sussurras às velas que adormeçam
Envolves as chamas que crepitam na lareira
Fazendo-as resplandecer em tons outonais
Etérea, percorres a estante
Olhando para aqueles que já foram lidos
Deixando no ar uma nota da tua essência
Tolhido pelas tuas mãos
Cinzeladas por Miguel Ângelo
Enlaças os teus nos meus lábios
Estilhaçando o que sobrou de mim
Pele macia na minha
Puro veneno
Do qual não posso escapar
Deixado pelo teu beijo.
Contemplo os teus olhos
Rebuscando uma centelha de verdade
Na tua mentira
Avanço sobre teu ser
Dispo-o das vestes impregnadas de jasmim
Rasgas-me a camisa fazendo dos botões
Pequenas estrelas no ar
Entregamo-nos ao verbo amar
Dois ventos
Formando uma tempestade perfeita
Mar encrespado
Furioso e selvagem
Ondas colossais
Desfazendo tudo á sua passagem
Soltas os teus cabelos
Na ondulação do momento
Ensaio de insanidade
Para o que está para vir
Cavalo galopando nas águas
Freio nos dentes
Na tua intensidade
Zénite sublime
Aninhas-te nos meus braços
De olhos fechados
Enquanto as horas passam
E passam.

By Lord Poseidon